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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto: https://pt.wikipedia.org/

 

JACQUES ROUBAUD
( FRANÇA )

 

Jacques Roubaud (1932, Caluire-et-Cuire) é um escritor e matemático francês.
Autor de romances, poemas e traduções do inglês para o francês. É sobretudo reconhecido como poeta, mas em Portugal apenas três dos seus livros, todos romances, estão traduzidos.

Obras traduzidas em português:

A Bela Hortense; O Exílio de Hortense; O Rapto de Hortense.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Paula Glenadel

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 7 – AGOSTO DEZEMBRO 1999.  Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.
Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro   Editora, 1999.  108 p. 
ISSN 1415-9767.                              Ex. bibl. de Antonio Miranda

 

 POEMA DA TORRE EIFFEL

 Torre Eiffel! vim para ver

  e vejo

mas ver o que se vê não é tão fácil
em palavras que só têm uma meia-dúzia de referentes
no máximo
o que eu poderia dizer que vejo não basta
frente ao que vejo que não disse
e não dizer não sabendo como dizer
o que aliás também não posso mostrar
torre Eiffel! não vejo você
você que vim ver a fim de dizer esse ver
dentro de minha campanha de poesia
como que isso faz parte de meu dever
de poeta
seria realmente difícil
dizer de Para sem dizer da torre
o próprio Apollinaire...
contudo não acho que Réda lhe dê grande atenção
nas Ruinas de Paris
nem Queneau em Correr as ruas
eles a acham talvez vistosa demais
ou então
eles a viram tanto que não a vêem mais
de qualquer modo
eles se abstêm de qualquer comentário
mas Apollinaire, eu me lembro
trata-a de pastora
(logo ante de trata-la de “ó”)
enquanto pastora ela deveria hoje cuidar
mais do que das pontes
dessas curiosas orelhas
moças e moços que invadem tolamente
[o espaço entre seus pés
e se espalham por toda a extensão da esplanada
na preparação dos balidos que emitirão daqui a pouco
em honra da vinda de um papa
que certamente não é o mais simpático de todos os
[papas
que se sucederam à frente da igreja de Pedro
(se permitem a um agnóstico expressar tal opinião)

não escolhi talvez o melhor momento
para um poema da torre Eiffel



UM BOM DIA


Foi um om dia
Perguntaram-me três vezes o caminho
1. Um casa de japoneses procurava a Ópera
Na avenida de Ópera
2. Um provinciano procurava a igreja Notre-Dame-des-
[Victoires

Na praça Notre-Dame-des Victoires
3. Uma mocinha procurava a Porte-de-Saint-Cloud
Realmente, foi um bom dia



               KITTY O´SHEA

 

               agora estou aprendendo a beber


prevendo minha aposentadoria
próxima

às vezes
de tarde
vou ao Kitty O´Shea
peço
“a pint of guinness please”

sento-me com um livro
inglês
e fico uma hora
sozinho
bebendo e lendo lentamente
gole após gole
o alcatrão amargo e negro e fresco

O Kitty O´Shea é um pub conhecido
no centro de Paris
a dois passos das Tulherias
entretanto
imagino que estou em Londres

uma maneira como outra qualquer
de não estar nesta cidade
onde vivo



EREMITA

Prazer
Raro

Pôr
Uma carta no correio
Central do Louvre
Num 15 de agosto

Mas para quem?

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 17  – 2º SEMESTRE 2003.  Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.  
Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora, 2005.  264  p.  
ISSN  415-9767.                       Ex. bibl. de Antonio Miranda


Tradução de MARCELO JACQUES DE MORAES


O que dizia o poema, esqueci
Soube dizer o que dizia o poema, mas esqueci       

O poema dizia  isso, mas isso,  mas que dizia o poema? Se é
[isso que dizia o poema, esqueci
Talvez, sem saber o que dizia o poema, enquanto eu dizia o
[poema,
(no tempo em que eu dizia o poema), eu já tivesse esquecido     
mas se é isso  que dizia o poema, esqueci
Agora, quando digo esse poema, não sei se digo esse                  

poema, já que o que dizia esse poema, esqueci
É por isso que o que dizia esse poema não é mais                  
[verdadeiramente o
que dizia o poema
E que esqueci.

 

*

Página ampliada e republicada em dezembro de 2023.

 


 

 

 
 
 
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